ESTILOS
Para os japoneses
as histórias em quadrinhos são leitura comum de uma faixa etária bem mais
abrangente do que a infanto-juvenil.
A sociedade japonesa é ávida por leitura e em toda parte vê-se desde adultos
até crianças lendo as revistas. Portanto, o publico consumidor é muito extenso, com tiragens na casa
dos milhões e o desenvolvimento de vários estilos para agradar a todos os
gostos.
Por isso os mangás são comumente classificados de acordo com seu público alvo.
Histórias onde o público alvo são meninos — o que não quer dizer que
garotas não devam lê-los — são chamados de shounen (garoto jovem, adolescente, em
japonês) como One Piece, Naruto, Bleach etc. e tratam normalmente de histórias
de ação, amizade e aventura.
Histórias que atualmente visam meninas são chamadas de shoujo (garota jovem em japonês) e têm como
característica marcante as sensações e sensibilidade da personagem e do meio
(também existem garotos que leem shoujo.) como Nana, Kaichou wa Maid Sama, etc..
Além desses, existe gekigá, que é uma
corrente mais realista voltada ao público adulto (não necessariamente são
pornográficos ou eróticos) e ainda os
gêneros seinen para homens jovens e josei para mulheres. Os traços típicos
encontrados nas histórias cômicas (olhos grandes, expressões caricatas) não são
encontrados nessa última corrente.
Existem também os pornográficos, apelidados hentai. As
histórias yuri abordam
a relação homossexual feminina e o yaoi(ou Boys Love) trata da relação amorosa
entre dois homens, mas ambos não possuem necessariamente cenas de sexo
explícito.
Os edumangás que são mangás didáticos voltados para
o ensino de diversas matérias.
HISTÓRIA DO MANGÁ
Os mangás não tinham, no entanto, sua forma atual, que surge no início
do século XX sob
influência de revistas comerciais ocidentais provenientes dos Estados Unidos e Europa. Tanto que chegaram a ser conhecidos como Ponchie (abreviação de Punch-picture) como a revista
britânica, origem do nome, Punch Magazine (Revista Punch), os jornais traziam humor e
sátiras sociais e políticas em curtas tiras de
um ou quatro quadros.
Diversas séries comparáveis as de além-mar surgem nos jornais japoneses: Norakuro Joutouhei (Primeiro
Soldado Norakuro) uma série antimilitarista de Tagawa Suiho, e Boken
Dankichi (As aventuras de Dankichi) de Shimada Keizo são as
mais populares até a metade dos anos quarenta, quando toda a imprensa foi
submetida à censura do
governo, assim como todas as atividades culturais e artísticas. Entretanto, o
governo japonês não hesitou em utilizar os quadrinhos para fins de propaganda.
Sob ocupação americana após a Segunda Guerra Mundial, os mangakás,
como os desenhistas são conhecidos, sofrem grande influencia das
histórias em quadrinhos ocidentais da época, traduzidas e difundidas em grande
quantidade na imprensa cotidiana.
Nessa época, mangás eram bastante caros, começaram a
surgir compilações em akahons (ou akabons, livros vermelhos), livros produzidos
com papel mais barato e capa vermelha e do tamanho dos cartões postais (B6).
É então que um artista influenciado por Walt Disney e Max Fleischer revoluciona
esta forma de expressão e dá vida ao mangá moderno: Osamu Tezuka.
As características faciais semelhantes às dos desenhos de Disney e Fleischer,
onde olhos, boca, sobrancelhas e nariz são desenhados de maneira bastante
exagerada para aumentar a expressividade dos personagens tornaram sua produção
possível. É ele quem introduz os movimentos nas histórias através de efeitos
gráficos, como linhas que dão a impressão de velocidade ou onomatopeias que
se integram com a arte, destacando todas as ações que comportassem movimento,
mas também, e acima de tudo, pela alternância de planos e de enquadramentos
como os usados no cinema. As histórias ficaram mais longas e começaram a ser
divididas em capítulos.
Osamu Tezuka produz através de seu próprio estúdio, o Mushi Production, a
primeira série de animação para a televisão japonesa em 1963, a partir de uma
de suas obras: Tetsuwan Atom (Astro Boy). Finalmente a
passagem do papel para a televisão tornou-se comum e o aspecto comercial do
mangá ganhou amplitude, mas Tezuka não se contentou com isso. Sua criatividade
o levou a explorar diferentes gêneros — na sua maioria, os mangás tinham como público alvo as
crianças e jovens —, assim como a inventar outros, participando no aparecimento
de mangás para adultos nos anos sessenta com os quais ele pôde abordar assuntos
mais sérios e criar roteiros mais complexos.
Assim, os mangás cresceram simultaneamente com seus
leitores e diversificaram-se segundo o gosto de um público cada vez mais
importante, tornando-se aceitos culturalmente. A edição de mangás representa
hoje mais de um terço da tiragem e mais de um quarto dos rendimentos do mercado
editorial em seu país de origem. Tornaram-se um verdadeiro fenômenos ao alcançar todas as classes sociais e todas as gerações graças ao seu
preço baixo e a diversificação de seus temas. De fato, como espelho social,
abordam todos os temas imagináveis: a vida escolar, a do trabalhador, os
esportes, o amor, a guerra, o medo, séries tiradas da literatura japonesa e
chinesa, a economia e as finanças, a história do Japão, a culinária e mesmo manuais de "como fazer",
revelando assim suas funções pedagógicas.
kdê DBZ???
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