O ser humano é o único dotado da racionalidade e da criatividade, o que proporcionou a nós criarmos coisas maravilhosas como livros, filmes, tecnologia e eventualmente a música. É também o único a apresentar um cérebro adaptado para compreender complexas estruturas musicais e ainda se emocionar com elas. Músicos apresentam alterações em regiões cerebrais jamais vistas em outros profissionais. Por trás das obras desta arte emotiva e impalpável existem muitos gêneros e formas de se compor, porém antes pergunto-lhes: como se define um estilo musical?
A música é certamente uma das mais maleáveis formas de expressão, sendo invisível e impalpável, torna extremamente difícil e ingrata a tarefa de descrevê-la, classifica-la e rotulá-la. Dá para dizer, porém, que sua base é o ritmo, ou pulsação - que deve ter sido a primeira manifestação musical humana. Muito antes de existirem tambores, o homem provavelmente já dançava, marcando o ritmo com palmas ou batendo o pé. "As primeiras músicas compostas pelo ser humano acompanhavam danças ligadas a cerimônias religiosas", diz o antropólogo Rafael de Menezes, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Não é à-toa, portanto, que os diferentes tipos de ritmo sempre ajudaram a definir gêneros e estilos. O segundo elemento básico de uma composição musical é a melodia (sequência de notas), que deve ter surgido com o canto também muito antes de existirem os primeiros instrumentos: flautas feitas de osso, datadas do final da Idade da Pedra, entre 10 mil e 20 mil anos atrás.
O nome das notas
(Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si) tem a sua origem na
música coral medieval. Foi Guido d'Arezzo,
um monge italiano, que criou este sistema de nomear as notas musicais
- o chamado sistema de solmização. Seis das sílabas foram
tiradas das primeiras seis frases do texto de
um hino a São João Batista, em que cada frase era cantada um
grau acima na escala. As frases iniciais do texto, escrito por Paolo
Diacono, eram:
Ut queant laxis,
Resonare fibris,
Mira gestorum,
Famuli tuorum,
Solve polluti,
Labii reatum.
Tradução:
"Para que os teus servos possam cantar as maravilhas dos teus atos
admiráveis, absolve as faltas dos seus lábios impuros".
Mais tarde “Ut” foi substituído por Do, sugestão
feita por Giovanni Battista Doni, um músico italiano que achava
a sílaba incômoda para o solfejo, e foi adicionada a sílaba Si, como
abreviação de "Sancte Iohannes" ("São João"). A
sílaba Sol chegou a ser mais tarde encurtada para So, para
uniformizar todas as sílabas de modo a terminarem todas por uma vogal, mas a
mudança logo foi revertida.
As sílabas Ut, Ré, Mi, Fá, Sol e Lá, chamadas vozes, não
correspondiam a alturas absolutas na escala, mas apenas a graus num
hexacorde. A altura das notas era designada
por letras de “A” a “G”. A partir de um trecho escrito
num modo eclesiástico qualquer, podia-se transpô-lo de
uma quarta, quinta ou oitava, sem modificar nenhuma
das vozes sobre as quais o trecho seria cantado. Uma sequência
Ré-Mi-Fá transposta de uma quarta continuava a ser considerada Ré-Mi-Fá, na
solmização, e não Sol-Lá-Si bemol como no sistema atual, embora fosse designada
por G-A-B♭ em vez de D-E-F. Mais tarde, nos
países latinos, adoptou-se a designação "Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si" para
representar "C D E F G A B".
Os
países anglófonos mantiveram a utilização de letras para
nomenclatura das alturas musicais. As letras A, B, C, D, E, F e
G são utilizadas para as alturas musicais Lá, Si, Dó, Ré, Mi, Fá e Sol,
respectivamente. Os países de língua inglesa utilizam os sinais ♯ (em
inglês: sharp, "sustenido") e ♭ (em inglês: flat,
"bemol") para representar as alterações cromáticas dessas notas.
Já, os países de línguas germânicas utilizam, além das sete
letras universais, a letra H, exclusivamente para a nota Si natural,
sendo a letra B utilizada para representar o Si bemol. Nessas línguas, as
alterações para as outras notas são feitas acrescentando-se a
terminação “is” no lugar de ♯ ("sustenido")
e “es” para ♭ ("bemol"). Nas notas Lá e Mi,
representadas pelas letras “A” e “E”, respectivamente (as
únicas vogais do conjunto), na terminação para representar bemol (por
padrão “es”) há a contração da vogal que representa a nota e a
vogal e do sufixo.
“Ingredientes
de uma composição: A música é composta de três elementos-chave"
1. RITMO: "compasso define a
marcação rítmica. Um dos mais comuns é o quaternário, ou 4/4 - uma batida forte
e três fracas - que também pode ser representado por este símbolo.
2. HARMONIA: "A
arte e a ciência de combinar notas em um conjunto coerente é o elemento mais
complexo da música. Ela se expressa na formação de acordes, blocos de notas
tocadas ao mesmo tempo - por isso, diz-se que é o aspecto vertical da música. A
harmonia define também o tom de uma peça. Aqui, a clave de sol sozinha, sem
nenhum sinal de bemol ou sustenido, indica que a tonalidade é dó maior."
3. MELODIA:"A
sequência de notas, enfileiradas como as palavras em uma frase, compõem a
melodia. Costuma-se dizer que são o aspecto horizontal da música.”
- RÉQUIEM
- MINUETO
- SERENATA
- BOLERO
- NOTURNO
O réquiem é
uma espécie de prece ou missa especialmente composta para
um funeral. Na música, por sua vez, o termo faz referência às composições
feitas sobre os textos litúrgicos relatados na primeira acepção, muito embora
haja ainda referências ocasionais a outras composições musicais em
honra aos mortos. Os réquiems mais famosos foram compostos
por Mozart, Brahms, Berlioz e Verdi.
O termo foi retirado
da expressão: “requiem aeternam dona eis”, que significa "dai-lhes o
repouso eterno".
Mozart Requiem in D
Minor K. 626: Introitus - link para a música.
Minueto é
uma dança em compasso de 3/4, de origem francesa, ou
uma composição musical que integra suítes e sinfonias.
De origem aristocrática, o minueto foi muito popular na corte de Luís XIV,
difundiu-se pela Europa nos séculos XVII e XVIII. É uma dança
caracterizada por ser alegre e dançante.
O nome significa "dança de passos miúdos" (menus),
caracterizada pela delicadeza dos movimentos. Tornou-se hábito dos
compositores incluírem minuetos nas suas obras instrumentais em forma
de sonata, incluindo-se sinfonias e peças de música de
câmara.
Entre os compositores que se destacaram nesta forma,
encontram-se Bach, Haydn, Mozart, Beethoven e Paderewski.
Bach - Minuet In G
Major - link para a música.
Serenata, além de indicar
a performance musical do cantor para a amada na janela, representa toda música
dedicada a alguém, feita em honra a alguém. Caracteriza-se por movimentos
simples e agradáveis, sem momentos de drama.
A palavra Serenata é derivada da
palavra italiana “Sereno”, que significa calma.
Uma Serenata é
comumente de uma estrutura multi-circulação, variando de quatro a até dez
movimentos. Eles geralmente são construídos com um movimento de abertura
rápido, seguido por movimentos lentos médios que se alternam com as rápidas e
estreitas com um jejum rápido ou movimento alegre. Há fortes influências da
música de câmara, e serenatas podem ser sutilmente inserida em um programa de
música de câmara. Uma serenata pode ser considerada em algum lugar entre uma
suite e uma sinfonia, mas geralmente, de natureza leve e romântico - casual e
sem muitos momentos excessivamente dramáticos
Schubert - Serenade - link para a
música.
O
Bolero é o ritmo musical adaptado da clássica balada às raízes afro-espanholas,
que se desenvolveu em Cuba, Porto Rico, República Dominicana e México.
O nascimento do gênero foi na cidade de Santiago de Cuba, em Cuba,
provavelmente em 1885 com o aparecimento de Tristezas, de autoria de José Pepe
Sánchez, por este motivo diz-se que Cuba é a "Mãe" do Bolero,
porém, tornou-se mais conhecido como canção romântica mexicana, sofreu
modificações, especialmente desenvolvendo temas mais românticos e de ritmo mais
lento.
Consuelo Velázquez -
Bésame Mucho - link para a música.
Um Noturno (que no francês quer dizer Nocturno, proveniente
da palavra Latina nocturnus) é geralmente uma composição musical
que se inspira, ou evocativa (remete), a noite.
Historicamente, Noturno é um termo muito antigo aplicado a
escritórios noturnos e, desde a Idade Média, a divisões na hora canônica das
Matinas.
O termo noturno foi utilizado pela primeira vez em partes, no século 18,
quando indicou um pedaço conjunto em vários movimentos, normalmente usados em
uma festa à noite e, em seguida, colocados de lado. Às vezes, ele carregava o
equivalente italiano, “noturno”, como “Wolfgang Amadeus Mozart
quadraphonic Notturno in D, K.286”, escrito por quatro levemente ecoados
conjuntos separados de chifres emparelhados com cordas, e sua “Serenata
Notturna, K. 239”. Neste momento, a peça não era necessariamente evocativa
à noite, mas apenas pode ser destinado para o desempenho durante a noite, bem
como uma serenata. Teve também como compositores, nomes como Frédéric Chopin.
Chopin - Nocturne Op.
9 No. 2 - link para a música.
Fontes e Referencias:
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