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     O origami, expressão que provém do japonês e significa arte de dobrar o papel – ‘ori’ descende do verbo ‘oru’, com o sentido de dobrar, e ‘gami’ nasce do vocábulo ‘kami’, denotando papel -, é uma arte muito antiga, criada pelos membros da Corte Imperial do Japão. Aí ela era considerada um entretenimento, mas ao longo da história, ao se tornar acessível à massa, foi convertida em uma arte.

     Nesta técnica é comum utilizar-se folhas de papel no formato quadrado, nas quais os cortes estão ausentes. Nelas são realizadas algumas poucas dobras no estilo geométrico, que dispostas de formas variadas, compõem imagens complexas, as quais resultam na representação de entes ou objetos os mais diferentes.

     Para se alcançar este visual não é preciso recorrer a recortes ou colagens, embora estes recursos não sejam proibidos na composição do origami. Nesta arte não há regras dogmáticas, e sim liberdade de ação, a qual produz, muitas vezes, inúmeros desafios para a imaginação, que busca então a criação de modelos renovados.
     
     Desde os tempos ancestrais do cultivo desta técnica - de 1603 a 1897, no Período Edo -, o origami japonês se revelou despreocupado com normas severas e meras convenções. Hoje esta arte não é privilégio dos japoneses, pois ela se disseminou por todo o Planeta. Até mesmo no Ocidente já se tornou convencional a criação do origami.

     Historicamente a prática do origami foi se popularizando à medida que o papel, antes um bem de alto valor aquisitivo, converteu-se em um objeto cada vez mais barato. Os pobres, mesmo assim, valorizavam esta mercadoria e economizavam no seu uso, preservando pequenos pedaços de papel e transformando-os em obra-prima para a confecção do origami.


     Desta forma ele se tornou uma arte popular. Sempre foi estimulante testemunhar a transformação de uma mera fração de papel em objetos os mais variados, pássaros ou flores, apenas com determinadas dobras em sua superfície. Inicialmente não existiam normas para sua criação, pois a técnica era passada de uma geração para a outra.

     A primeira obra contendo regras para a elaboração do origami foi lançada em 1797 com o título Hiden Senbazuru Orikata. Nele se ensinava como dobrar o papel de forma a produzir a imagem de uma ave indiana sagrada. A presença desta arte é encontrada inclusive em impressões na madeira, como em um trabalho que data de 1819, ‘Um mágico transforma folhas em pássaros’.


     O origami é disseminado no Japão a partir da publicação do livro Kan no mado, em 1845, contendo cerca de 150 figuras criadas a partir do Origami. Além dos japoneses, os Mouros também cultivavam esta arte, introduzindo-a na Espanha após a Invasão Árabe, no século VIII. Deste país a técnica atinge a América do Sul, espalha-se pela Europa e posteriormente desembarca nos Estados Unidos.

     A técnica do origami é tão importante, que existem tópicos que envolvem a matemática, como por exemplo, para analisar se um objeto pode ser desdobrado depois de feito, fizeram estudos matemáticos para analisar as possibilidades.



     As figuras representadas no origami têm diferentes significados para os japoneses, como, por exemplo, tsuru (cegonha) simboliza a felicidade, boa sorte e saúde, o sapo significa amor e felicidade, entre outros. As primeiras dobraduras foram criadas quando o Estado e a religião eram um só, dessa forma representavam a natureza das cerimônias religiosas.

     Estes, porém, eram a mistura de origami com kirgami (arte de formar figuras através de recortes de papéis), eram confeccionados com papéis manufaturados unicamente para o uso dos sacerdotes xintoístas. Com a intenção de honrar o espírito das árvores que davam vida ao papel, os sacerdotes xintoístas passaram a pregar regras rígidas para a arte do origami como, por exemplo, não cortar ou colar as folhas.

     Até metade do século XIX, a arte das dobraduras era restrita aos adultos pelo alto custo do papel, porém, em 1876, o origami passou a ser ensinado nas escolas, fazendo parte da educação dos japoneses.

     Na década de 80, os alunos de origami eram na maioria pessoas ligadas à educação ou donas de casa que queriam aprender origami para ensinar a seus filhos. No início dos anos 90, houve uma diversidade de público: pessoas das mais variadas profissões procuravam os cursos, muitos diziam que era para relaxar, para combater o estresse. Além de professores, havia médicos, psicoterapeutas, bancários, engenheiros, etc. Isto demonstra que o Origami está sendo reconhecido como uma forma de melhorar a qualidade de vida do funcionário de uma empresa e como forma de integração.


ORIGAMI NO BRASIL




     Acredita-se que no Brasil, a arte do Origami foi introduzida de duas maneiras: uma através de nosso país vizinho, a Argentina que possui muita influência da cultura espanhola e outra, através dos imigrantes japoneses que aqui vieram, a partir de 1908. 
     Por outro lado, quando os japoneses emigraram para o Brasil, trouxeram com eles vários costumes japoneses que aqui procuraram preservar, entre eles, o Origami.
     Na Argentina, uma das heranças culturais trazidas pelos espanhóis foi a tradição de dobrar papel, que na época foi influenciada pelos artigos escritos pelo filósofo espanhol Miguel Unamuno, que era reitor da Universidade de Salamanca. Mais tarde dois europeus emigraram para a Argentina: Dr. Vicente Solórzano Sagredo e Giordano Lareo que publicaram livros no final da década de 30 sobre o assunto. Estes conhecimentos acabaram se espalhando por alguns países da América do Sul.

 

                                            



    

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